O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem sido amplamente divulgado ultimamente. Temos ouvido falar bastante a respeito do assunto, não é mesmo? Mas é preciso ter cuidado para não generalizar e achar que qualquer dificuldade ou atitude é Autismo!
Professores ou coordenação/direção escolar não diagnosticam. Porém podem suspeitar e sugerir encaminhamento, o que é muito importante considerando que quanto mais cedo o diagnóstico, mais cedo passamos a intervir corretamente.
Importante: para pensar no diagnóstico de Autismo é preciso observar características referentes aos dois grupos. Com o diagnóstico feito, é preciso buscar a intervenção, que precisa abarcar as duas grandes áreas acima mencionadas. O objetivo é atuar de modo que a criança desenvolva função para seus comportamentos, diminuindo estereotipias e ampliando a socialização.
Por que há o aumento no diagnóstico? É preciso considerar que passamos a estudar mais sobre o assunto e a se diagnosticar mais facilmente, como consequência. Além disso, fatores culturais e hábitos de vida atuais influenciam em nossa saúde, o que também pode estar relacionado ao aumento da prevalência. Sabemos que o Autismo tem fatores genéticos como causas e algumas condições durante a gestação são fatores de risco para o quadro, como algumas medicações, uso de álcool e uso de tabaco.
Uma das maiores dificuldades nos casos de Autismo, tanto na escola como em outros ambientes são as estereotipias. Temos várias estereotipias bastante comuns como: flapping (balanceio das mãos), andar de um lado para o outro, fazer barulhos, dar pulos, andar passando as mãos na parede e girar. Em geral, é uma tentativa de regulação, como emoção positiva ou negativa. A grande questão desses comportamentos é saber o que aumenta ou diminui sua frequência. Assim, preocupação, incômodo, empolgação podem aumentar as estereotipias. Contudo, não precisa ser algo que acabou de acontecer, pode ser alguma mudança ou situação que ocorreu ao longo do dia. A sugestão para o familiar ou professor é que anote esses comportamentos e o que ocorreu logo antes do início e qual foi a consequência (o que ocorreu logo após). Analisando esses registros, podemos começar a entender a função daquela estereotipia naquele ambiente e diminuir sua frequência.
De que maneira a escola pode ajudar? A comunicação entre escola, família e terapeutas precisa ser muito eficaz para poder ajudar a compreender a criança/jovem com Autismo. Partilha de percepções diárias são muito importantes para poder conhecer causas de comportamentos, promovendo também a percepção por parte da criança/jovem. Assim, uma situação que ocorreu em casa pode influenciar o comportamento daquela criança o resto do dia. Por isso, é importante mantermos a proximidade entre os diversos ambientes que aquela criança frequenta.
Quanto a questão do mediador, temos a Lei Berenice Piana garante os direitos da pessoa com Autismo! Um deles é a garantia do mediador na escola, caso necessário. É a pessoa que desenvolverá o apoio no processo educacional inclusivo no ambiente escolar, sendo selecionado e custeado pela instituição. O acompanhante terapêutico, conhecido como AT, é uma outra forma de apoio, mais focada na intervenção terapêutica, porém custeada pela família.